A Garganta da Serpente

Varley Farias

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Intitulo-me poeta

Intitulo-me poeta,
Pois como poeta leio nas entrelinhas
Das vidas de tantos seres
Poesias, sonetos, poemas,
Que rimam, sem rimas,
Que dizem das dores,
Qos amores, da vida

Intitulo-me poeta,
Pois como poeta escrevo o que transfigura
O sentimento do momento,
O meu eu que vaza entre palavras
E percorre cada letra num ínfimo instante

Intitulo-me poeta,
Porque percebo no amanhecer a esperança
De uma nova poesia sob o calor intenso da inspiração
Raios de um sol que me guia

Intitulo-me poeta,
Porque busco nas noites silenciosas
A algazarra dos corpos se amando
Em leitos cúmplices e culpados

Intitulo-me poeta,
Desde do instante primeiro
Enlaçado entre outras pernas
E o paralelismo de dois corpos exaustos

Intitulo-me poeta,
Porque vejo poesia
Além da poesia que há em tudo
Até na solidão de ser poeta


(Varley Farias)


voltar última atualização: 25/10/2006
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