A Garganta da Serpente

Vânia Moreira Diniz

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Ela se foi

Ela se foi pela manhã,
Com o orvalho a bafejar o dia,
Ela se foi sem dizer Adeus,
Cansada de pedir a Deus

Ela se foi sem ao menos me ver,
Chamando por mim baixinho,
A amiga que me recebeu,
Nessa terra que eu adotei.

Ela se foi jovem e generosa,
Bela, doce, meiga e amiga,
Não perguntaram se queria,
Essa viagem ela não planejou.

Ela se foi e não pude vê-la,
Sem lágrimas, sem poder falar!
Suas últimas confidências,
Ela se foi sem se despedir.

Ela se foi, onde estará?
Tinha tanta coisa a contar-lhe,
As esperanças do meu coração,
a minha alma a tremular feliz.

Ela se foi sem olhar para trás,
A companheira de adolescência,
Que me recebeu com emoção,
Na terra estranha que eu vim morar.

Ela se foi esperando meu sorriso,
Para acalmá-la nesse estertor,
Confidenciar minha última alegria,
Ouvir seus lamentos tristes.

Não sei onde te encontras,
Agora não sei te apaziguar,
Amiga de folguedos da adolescência,
Quando cheguei solitária à capital.


(Vânia Moreira Diniz)


voltar última atualização: 25/03/2010
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