A Garganta da Serpente

Vânia Moreira Diniz

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Desesperança

Está nos dias escuros de desilusão,
Quando o estímulo carece de afago,
Em momentos que não enxergamos
A luz com propriedade,
Ou o sol não se põe alegremente,

Encontra-se à beira das estradas,
Estampada na face do próximo que tem fome,
Quando crianças desconhecem sonhos e fantasias,
E na mãe que dolorosamente não antevê o futuro.

Nos casebres onde frutificam a dor da miséria,
Em vítimas que se inclinam para a revolta
E procuram na violência uma cura inútil e bárbara,
Semeando desespero maior e mais inevitável.

Está nos corações delicados e sofredores,
Sem forças para erguer-se em reação,
Nos caminhos de submundo ilusório
Que levam a crença na descrença.

Nas fatalidades irreversíveis,
Nas torturas de sentimentos,
Em doenças físicas e morais destrutivas,
No impiedoso egoísmo que arrasa
Com um sorriso envolvente.


(Vânia Moreira Diniz)


voltar última atualização: 25/03/2010
13976 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente