A Garganta da Serpente

Vânia Moreira Diniz

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A manhã me entendeu...

A manhã me entendeu,
Veio escura me despertar,
Trazendo raios ocultos de esperança,
Pedindo-me que eu me levantasse,
Crendo como todos os dias,
Na vida ali fora a se desenrolar,
Dizendo-me dos dias que se sucedem,
Falando-me de seus contrastes,
Ensinando-me a crer nos dias mornos,
Implorando-me meu constante sorriso,
Nos momentos os mais diversos.

A manhã me entendeu,
fria e silenciosa me cercando,
Bafejando-me com seu hálito,
Relatando-me segredos,
Altiva e langorosa, ensinando-me,
O encanto das horas descrentes,
Fazendo-me aprender a suportar,
Dores e alegrias com igualdade,
Sendo a companhia mais perfeita,
Nos mistérios que se nos deparam,
Ao longo da caminhada.

A manhã me entendeu,
Meiga e doce a me esperar,
Sem impaciência ou aflições,
Desejando me restaurar,
Falando-me das horas exuberantes,
Do meu riso sem limites,
Das lágrimas incoerentes,
Dos sonhos tão intensos,
Aspiração e devaneios,
Pensamentos eloqüentes,
Entusiasmos desmedidos.

A manhã me entendeu,
Manta aquecida me estendeu,
Revelando a luz radiosa,
Mostrando-me o horizonte,
que eu tanto amava,
O amor que era profundo,
a paixão que me dominava,
Condensando-os num pacote,
Colorido e fascinante,
E depositando em meu coração.
A manhã me entendeu...


(Vânia Moreira Diniz)


voltar última atualização: 25/03/2010
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