A Garganta da Serpente

Vanessa Ratton

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Cidinha

Cinco da manhã, Cidinha
deixa a comida pro filho no fogão,
e na geladeira quase vazia,
fica também o coração.

Sai da favela, pega a condução
Ônibus lotado, não passa a mão não!
Vai pro trabalho na casa da patroa
Faxina, cozinha, lava-passa, e passeia com a cachorra.

Todo dia
é a mesma sina.
E calada eu penso
como pena essa menina!

Mas, de noite, não sente mais cansaço,
depois que o filho lhe dá um abraço.
No final do mês vem a missão,
de com o mínimo fazer o máximo.

(Vencedor do Concurso Pérolas do Guarujá 2008 - 1º lugar
Concurso Valdeck de Jesus 2009)


(Vanessa Ratton)


voltar última atualização: 11/08/2009
5556 visitas desde 31/03/2009

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente