Texto sem face

O rosto calado pela voz da saudade,
timidamente expressivo recordando
a vontade de concretizar.
A busca insana, amante dos mortais.
Existe algo escondido no silêncio das tardes,
onde de algum modo,
não encontro um porto para descansar meus pés
aflitos pelo caminhar incessante.
Existe algo que de tão oculto se fez presente,
presente alado, quase que acompanhado
pelo pensamento momentâneo dos boêmios.
Rodeando os lugares repletos pelos ventos e vendavais,
segue minha face antiga lançando seu olhar nu de amiga,
percorrendo os cantos da minha misteriosa cantiga.
Amor! Amor que do quinto andar visualiza nitidamente as
pessoas na rua... e quando no chão... nada concretiza!
Amor que pulsa estranhamente solitário.
Quando levemente acompanhado não pulsa mais!

(Vanessa Cavalcante)