A Garganta da Serpente

Vanessa Rocha

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Almas-vale

Algo denso recria-se em mim.
Queria eu poder encontrar
os mundos que espero existirem.
Mas meu desejo é um mar de redemoinhos dispersos.

Queria eu ouvir as guitarras da alegria eterna.
E os cantos nobres das águias libertadoras.

Pois nas ruas encontro dores e passividade.
Olho para um homem na esquina tão cheio de certezas.

A vida é grande e nos reserva poços profundos,
onde as certezas sempre se afogam.

Queria eu a coragem de afogá-las eu mesma.

Mas o tempo não espera.
E a realidade se impõe como filha da realeza.
Diz: vá lá! Há uma boa oportunidade!
E o homem da esquina vai
sem saber que pode não ir.

Tristes são as almas-vale sem montanhas.


(Vanessa Rocha)


voltar última atualização: 26/06/2006
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