A Garganta da Serpente

Umbertto

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(sonetos a Paola)

Ter ou não ter

Se em meus sentimentos te sou Tanço
Se por te gostar inclui meu defeito
Se o que te escrevo é fel ou ranço
Se por te sonhar não serei perfeito;

Se o despeito é tudo o que alcanço
Porque em sinceridade te trago no peito;
Se por te amar assim não te lanço
Uma qualquer realidade em teu afeito;

Se aqui existe o que seja mágoa dita;
Em verso a ponho e à ignóbil desdita
Que uma vez mais me enganou.

Ter ou não ter, não é a questão
(Quem sabe das coisas do coração?):
Pois nada tem quem um dia nunca amou!


(Umbertto)


voltar última atualização: 01/04/2003
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