A Garganta da Serpente

Ubirajara Sá

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Pássaros sem destino

Quando nos olhos marejam gotas de perfume
Minh'alma triste, de tristeza padece
Mas o lume que brilha no caminho escuro
Por trás do muro d'alma, um sonho incandesce
E a vida, dupla, duplamente me aquece.

Somos pássaros que voam sem destino
Um mimo de peso solto no ar
Vaga sombra, sombra a vagar
Se juntos voamos, por que reclamar?
Por que suspiramos se estamos sorrindo?

À toa, fazemos casos e descasos...
O acaso perdoa, mas não o fracasso.
Quanto mais se ama, mais se dói o peito
Não é um defeito, é o tempo devasso
É a louca paixão em pleno mormaço.

Perco-me em si, se me queima o sol
Li na revista do tempo, noutro dia
Uma frase fria, que ainda ouço do vento...
Rasguei da página o conselho!
O aparelho do mal não é a frase final...
É distância que mata, mas me torna imortal.


(Ubirajara Sá)


voltar última atualização: 03/08/2010
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