A verdade é que nada é verdade
E nada, é a mesma coisa que tudo
Eu não tenho medo do mundo
Tenho medo de mim
Tu também!
Só que tu podes fugir, pegar um avião
Tu tens a opção da distância
E eu? Estou presa ao meu lado pra sempre
E sozinha, sem ti
Sem teu perdão que nem se quer mereço
Estou aqui, escrevendo uma confissão
E talvez a poesia também suma da minha vida
Disseste pra não voltar e eu nem queria ter ido
Agora, lido com a tua ausência, com a minha doença
Com a falta na vida daquilo que nunca deveria ter partido:
O amor, tu, nós, meus amigos
Todos partiram sem deixar um endereço
E depois que acabar essa busca incansável por mim
Terei de procurar todos vocês
Eu não vou desistir
A imensidão da minha alma é maior que a terra
Se eu me vencer, venço o mundo inteiro atrás de ti
Agora preciso de silêncio musical
De paz para ir em frente
Ainda que ninguém tenha tido coragem
Eu me enfrento e quebro o espelho e concerto até me entender.

(Thais Dornelles)