A Garganta da Serpente

Tereza Carrera

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

QUEM ME DERA!...

Quem me dera estar presente em seus pensamentos,
No sangue que circula em suas veias,
No infinito onde passeiam as suas fantasias!
Quem me dera ser o sol que a sua pele aquece e bronzeia,
A brisa suave que o seu rosto acaricia
E desalinha seus cabelos brancos!
Quem me dera ser o ar que necessitas para viver.
A lua que alumia seu caminho em noites de desamparo,
A estrela brilhante que na madrugada silente,
Debruçado à janela conversas com ela!
Quem me dera ser a palavra certa à sua inspiração.
A água cristalina que sacia a sede.
Uma brasa incendiando os seus sentidos,
Ser vento sussurrando versos de amor ao pé do ouvido!
Quem me dera ser a sombra que carregas atada aos pés
Seguindo seus passos a qualquer lugar que vais!
Ser a cúmplice dos seus delírios,
A companheira que desnuda seus escrúpulos
E satisfaz na plenitude do gozo,
Seus desejos famintos de prazer!
Quem me dera não ter satisfações a dar,
Não ter hora de chegar
E tampouco de ir embora
Ah, amor, que triste fadário o do amor solitário!
Quem me dera, que um sopro generoso do destino,
Juntasse na mesma estrada os nossos descaminhos!
Quem me dera! Quem me dera!


(Tereza Carrera)


voltar última atualização: 14/11/2008
11520 visitas desde 13/06/2007

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente