A fome em contemplação
Minha sede, tal um vampiro, não se extingue.
Minha dor ao sol, meus pesadelos,
Meu coração negro,
Meu vazio pungente.
Apenas a fome me norteia.
E eis que tua sombra me acalenta
Teu corpo sujo me nutre
e me castiga.
Bebo teus horrores,
no mesmo calor agridoce em que sou devorado.
Assim como devorado os olhos,
Não enxergo um porquê.
Não respiro, vivo.
Não quero saber o que me fere,
o que me ama
e castiga.
Espelhos de teus olhos,
A miríade das ofensas.
Minha fome não que ser contemplada.
Aos olhos do flamejante Hades
Todos os famintos são iguais
(Társis Schwald)
|