A Garganta da Serpente

Társis Schwald

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

A fome em contemplação

Minha sede, tal um vampiro, não se extingue.
Minha dor ao sol, meus pesadelos,
Meu coração negro,
Meu vazio pungente.

Apenas a fome me norteia.

E eis que tua sombra me acalenta
Teu corpo sujo me nutre
e me castiga.

Bebo teus horrores,
no mesmo calor agridoce em que sou devorado.

Assim como devorado os olhos,
Não enxergo um porquê.

Não respiro, vivo.
Não quero saber o que me fere,
o que me ama
e castiga.

Espelhos de teus olhos,
A miríade das ofensas.
Minha fome não que ser contemplada.

Aos olhos do flamejante Hades
Todos os famintos são iguais


(Társis Schwald)


voltar última atualização: 14/10/2006
4794 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente