A Garganta da Serpente

Sweet Ragi

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Pré munição

Um flash dilata-me a pupila.
Estática sinto formigas devorando-me.
Começam pela sola dos pés.
(Solo de Carmina Burana para Piazzolla)
Covarde. Desumano. Hediondo.
-Chamem a Polícia! Mas sem pressa.
Posso sentir-me esvaindo em sangue.
Latejam membros que já perdi
e aplaudem pedindo bis dentro das carnívoras saúvas.
Sinto-te no vão de cada átomo como o freio cósmico.
Obedeço-te e a mim no momento em que ordenas.
Libertaria-me no instante I que minha vontade desejasse.
Ela se recusa.
Sou-te.
Sabes de mim como sei de ti?
Queres?
Adulterina palavra. Porto-armadilha. Oásis movediço.
Usas meus dedos em teu benefício.
Mastrea-me (Não como Bandeira). Título. Troféu.
Nada mais.
Engatilho.
Aponto teu coração bem no meio de minha testa.
Escrever-te é o que me resta.


(Sweet Ragi)


voltar última atualização: 17/03/2004
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