A Garganta da Serpente

Succubus

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Tarde Quente

Tédio, sono, febre, delírio
Vontade de provar o sangue que me escorre das mãos
Para satisfazer minha solidão e curar a náusea
Prazer sensual que nego a mim mesma
Linhas e linhas e preces e mantras
Que me garantam a catarse do destino
Relicário de jóias metafísicas
Perfume na memória exalando a absinto
Tomas minhas mãos nas tuas
Corro sem medo por tuas linhas
Que me importa se são poucas as horas
Que me importa se as estrelas estão mortas?
Tédio, desalento, febre, ruídos
Povoam meu céu noturno riscado de esmeralda
Beijo teus olhos agora e em breve
Permita-me que beije tuas feridas
Que o plágio não ofenda mas enalteça
Pois aprendiz sou em labirinto tão vasto
Decifro os códigos por símbolos escassos
Em fragmentos das tábuas das espirais....
Perdida dançando a beira mar
Olhos fixos no vazio horizonte
Medo, encantamento, lamento
Sob a densa atmosfera do luar
Que ouças o canto que me assombra
Que me martiriza de espanto
Angústia, saudades e certeza
De poucos visionários como eu...
Vejas nos meus olhos o espelho
do fim evidente e inevitável, a certeza
Traga-me teu conforto e alento,
esperemos de mãos e mentes unidas...
Pois sabemos o que sempre soubemos,
Somos o que sempre fomos,
Incompletos, cinzentos e presos
À eterna dança da vida e da morte.


(Succubus)


voltar última atualização: 11/08/2005
8595 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente