O trem e o cordeiro
Por que o senhor engenheiro não botou estas pedras
bem pra longe,
as longarinas e as traves
da ponte
no olho, a trave
não as afastou?
Riu-se ele do susto:
Não vai bater,
foi o que ele disse,
malicioso, na ponta do lápis.
Não consigo confiar
o olho
maldigo a régua
que poderia
ter chamado
bem pra pertinho
a paisagem, o cordeirinho,
para pousá-los
nos paus desta janela.
(Salvador, 18.08.95)
(Soares Feitosa)
|