A Garganta da Serpente

Silvana Bronze

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

O ar do mar

Cai a noite cinza de inverno sobre o mar .

De pé sobre as pedras,
Como um farol radiante,
Uma mulher de mármore
Espera por seu amante.

Os olhos fixos no mar.
Há apenas dois sons no ar:
Ondas batem nas pedras
E gaivotas se convidam a dançar.

Da mesma forma
Seu coração a convida a esperar.
Na esperança de que o amante
Não vá se demorar.

Se o cabelo bate ás costas
É porque já começa a ventar.
Se o coração lhe aperta
É porque o tempo começa contar.

O tambor soa e a flauta toca.
Vem a escuridão,
Mas o amante não.

Então os olhos se fecham
Os punhos seram.
E sob o doce som do mar.
Ela deixa sua alma voar.

Voa com as gaivotas
Sob o céu que não é azul.
Voa, voa para lugar nenhum.
E deixa o vento lhe guiar.

Plana leve sobre o mar.
Mas quando se dá conta,
Ainda está parada no mesmo lugar.

A alma gela
E o coração pára
Mas ela continua a esperar,
Na esperança inútil
De que um dia
Ele venha lhe buscar.

(Silvana Bronze)


voltar última atualização: 10/07/2009
7487 visitas desde 06/11/2008

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente