A Garganta da Serpente

William Shakespeare

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Ausente andei de ti na primavera,
Quando o festivo Abril mais se atavia,
E em tudo um'alma juvenil pusera
Que até Saturno saltitava e ria.

Mas nem gorjeios d'aves, nem fragrância
De flores várias em matis e odores,
Moveram-me a compor alegre estância
ou a colher, do seio altivo, as flores.

Nem me tocou a palidez do lírio,
Nem celebrei o vermelhão da rosa;
Eram não mais que imagens de um emíreo

Calcado em ti, padrão de toda cousa.
Inverno pareceu-me aquela alfombra,
E me pus a brincar com tua sombra.

(tradução: Ivo Barroso)


(William Shakespeare)


voltar última atualização: 21/02/2006
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