A Garganta da Serpente

William Shakespeare

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O bronze, a pedra, a terra, o mar sem fim,
Se a morte impõe a todos seu rigor,
Como a beleza há de durar assim
Se não tem mais que a força de uma flor?

Será que o sopro do verão perdura
Contra o assédio dos dias de tormenta,
Se nem a pedra se conserva dura
Nem os portões de aço se sustentam?

Terrível reflexão! Como ocultar
Do Tempo a sua mais cara riqueza?
Seu pé veloz que mão há de parar?

Quem lhe proíbe o desgaste da beleza?
Ninguém: só se um milagre faz-se impor,
E em tinta negra esplende o meu amor.


(William Shakespeare)


voltar última atualização: 21/02/2006
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