A Garganta da Serpente

William Shakespeare

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Um dia nos meus versos quem há de crer?
Se eu nele derramar meus dons mais puros?
No entanto sabe o céu que eles são muros
Que a tua vida ocultam por metade.

Dissera o que de teu olhar emana,
Teus dons em nova métrica medira,
Que acharia o porvir então: "Mentira!
Tais tratos não retratam face humana".

Que mofem pois deste papel fanado
Qual dos velhos loquazes, e a teu ente
Chamem de pura exaltação da mente

E a meu verso exageros do passado.
Mas se chegar tua estirpe a tanto,
Em dobro hás de viver: nela e em meu canto.


(William Shakespeare)


voltar última atualização: 21/02/2006
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