Ditos dissipados
Imersa, beijo-te algumas gotas transparentes
Iminentes
Sob o peito quebrado em ramificações, em odores.
Perdida entre lençóis lambuzados de cores sem luminiscência
Deixo que brisas de platina me sussurrem algumas palavras
Desafinadas
De órbitas lagadas de ondulação e de sentido
Para que não morram na ópera do meu corpo.
Não queria que estivesses tatuado choros de criança
Como bolas de sabão nos meus dedos,
Nem tão-pouco queria que visses o meu rosto
Pintado em grotesto por lâminas de flores.
Agora, despedaçada papeis esfomeados de chuva,
Porque apenas divididos um mesmo céu
Nublado de sonhos e de esperanças
Que se renova a cada retroceder do sono rafado de lágrimas..
(09/X/2004)
(Sete-Luas)
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