O CREPÚSCULO DA ALMA
Sentir extinguirem-se as embriagantes virações da euforia
Lenta e gradualmente, deixando apenas a pureza simples no olhar
Não me parece tão estranho, mas simplesmente apaziguador.
Não que não soubesse antes o que desejar,
Mas já não há a ânsia desvairada
A tentar aplacar com o excesso dos sentidos
Aquilo que se não logra ludibriar.
Distinguir claramente da miragem o próprio éden
Ainda que apartado da sua promessa
É mais sereno que o cansaço da ilusão.
(20 de maio de 2006)
(Sérgio Luís do Carmo)
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