Um morto
Sou um morto
Sem descanso
Sobre a terra,
E não sob ela.
Qual um corvo
Agouro manso
A luz da vela
De uma capela.
Um estorvo
Em meio ao remanso
Além da janela
Da tua cela.
Sumamente absorto
A ver se alcanço
A origem velha
Desta mazela,
Cismo no aborto,
E no catecismo torto
Da humanóide idéia.
(15 de agosto de 2006)
(Sérgio Luís do Carmo)
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