No Castelo das Árvores Mortas
Meia noite! Chuva! Vento! Frio!
A alma enregelada em seu sarcófago, sonha sonhos
Mortos, à luz de velas!
Velas de sândalo? Perfumadas de cravo e mirra? Mistério.
Aromas.
Carménère Chileno?
Quem feriu Mulher deitada nas sombras?
Quem celebra a vida na morte?
Quem convida a Inocência à celebração?
Quem promete beijos às bocas rubras da timidez?
Amor livre, efêmeras delícias, brindes em taças de cristal?
Não.
Amanhece. Rubra de pudor, a Aurora.
Na mesa baixa em tigelas pretas decoradas,
Apenas chá verde servido em silêncio.
Desperta a alma enregelada volta a ser
Sombra fugidia, adormecida e velada pelas Horas.
Caronte não devolve o óbolo dado como passagem
para o mundo do esquecimento que a separou da sua natureza humana!
Um tanto realidade, outro tanto fantasia como todas as sombras,
Consumida pela carne-viva das antigas escolhas
volta incógnita às entranhas de Hades.
(Sarah Karla Fay)
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