A Garganta da Serpente

Samuel MaKário

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

CIRCOFLEXO

O espelho
encobre a face
mostra o corpo recolhido
anoréxico,
ânsia à boca,
oca a superfície do objeto.
Dejeto na pia
os restos do que nem ingeri,
gerei folhas em branco
e palavrões cuspidos;
com palavras
matei todos os cupidos.
Como marteladas na cabeça
ouve-se techno na pista
e antes que ela resista
a uma dose de tequila
sente-se que o vômito aniquila
a garganta já corroída de absinto,
sinto não
tê-la mais no interior do pescoço,
mas se pudesse
saltada para fora,
sendo pisoteada
por coturnos e sandálias,
mas satisfeita ignora o peso
e sola do all star da garota doida
elétrica,
réplica da mesma garota tétrica
que por destino
consome e controla
todas as vibrações do intestino.

(Samuel MaKário)


voltar última atualização: 09/10/2008
3538 visitas desde 09/10/2008

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente