A Garganta da Serpente

Ruby Adamant

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Inspiração

Nada tenho. Nada sou.
Nada sendo, nada tendo,
Tudo tenho e tudo sou.
Nesta longa estrada da vida,
Vou caminhando,
Sem saber para onde vou.
Caminho.
No silêncio das noites estreladas,
Seguindo um trilho de rosas desfolhadas.
Adormeço nas ondas do mar revoltadas,
Aquece-me um manto de sol nas noites geladas.
Então, a noite empalidece. alvorece.
Ouço passos ao longe. um vulto a se esvair.
São as andorinhas na sua alegria de viver,
Que fazem de mim. perdida.a Primavera a sorrir.
Nas asas de um sonho, corro
Pelos campos fora,
Pelos montes cobertos pelo orvalho da manhã.
E, as crianças que por mim passam,
Chamam-me de irmã.
A mim. que nada sou.
Que nada tenho.
Que ando á sorte nesta vida,
Que procuro um horizonte.
Eu que, com braços de menina
Procuro a minha sina
Para lá da derradeira ponte.
Quem sou? Sei lá quem sou?!
Sou as pedras, os astros e o luar.
Sou o vento que passou,
Sou o brilho de um doce olhar.
Sou um grito de verdade,
Num momento de ansiedade.
Sou alguém sem rumo, sem norte
Que divide tanta coisa com a noite calma
Sou alguém sem azar, sem sorte.
Alguém que procura o verdadeiro valor da lama.
Aquela cuja mãe no ventre gerou.
Sou aquela que já todos viram cheia de graça.
A menina cujo tempo transformou em mulher,
Aquela que ouve todos dizer:
"como cresceu. Como depressa o tempo passa."


(Ruby Adamant)


voltar última atualização: 11/10/2005
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