MEU DIREITO DE SONHAR
Nasci assim, meio acoplado,
Meio corpo, meio alma,
Nem muito lá, nem tampouco cá.
Desconexo, entre frestas,
Minha jornada se cumpre
No limbo que me envolve.
Assim, aprendi a sonhar.
Trafego entre o chão que me acossa
E o horizonte que nunca alcanço.
Do chamado mundo real,
Que minhas mãos alcançam,
Inútil sensação.
Do mundo espiritual,
Que minha alma almeja,
Velada inspiração.
Ainda assim, sonho!
Sonho, querendo acordar.
Acordo, querendo sonhar.
Neste plano, risos anônimos,
Velados e irônicos,
Teimam em subtrair o meu sonhar.
No plano, vibrações, anônimas,
Sutis e sábias,
Procuram somar ao meu sonhar.
E, na aridez da materialidade,
Firmo meus passos,
Alçando minhas asas.
Quieto, resisto.
Inquieto, insisto.
É o meu direito de sonhar.
(05/09/2005)
(Rubens Costa)
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