A Garganta da Serpente

Rubens Costa

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JARDINEIRO DA PRÓPRIA ALMA

Ao brotarmos,
A água supri,
A terra nutre,
O Sol aquece.

Uns, poucos,
Em terra fértil.
Outros, muitos,
Em terra estéril.

Ainda assim,
Crescemos,
Florimos,
Morremos.

Diante do fato,
Inerente,
Cíclico,
O que fazemos?

Vegetamos!
Sem ação,
Sem noção.
Sem emoção.

Sem a consciência
De que não somos a flor,
Nem o caule,
Muito menos a raiz.

Deveríamos, sim, saber,
Que somos a essência.
E, assim como um Jardineiro,
Cuidarmos do que é fundamental.

Arando, adubando
E podando os excessos.
Delineando o terreno,
Harmonizando o meio.

Intuindo o tempo;
Tempo de mudar.

Mudar e entender
Que a flor vem,
Que a flor vai.
Mas o Jardineiro...

O Jardineiro não!
Ele é eterno.
E que a cada novo florir,
Ele sabe mais.

Erra menos,
Perdoa mais.
E, de tal forma,
Que um dia,

Um maravilhoso dia,
Estará ressurgindo
Em outras paragens,
Sob nova forma.

Ainda que Jardineiro,
Um Jardineiro de Alma.

Da sua própria Alma,
Eterna e Imortal.

(28/06/2002)

(Rubens Costa)


voltar última atualização: 08/04/2008
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