A Garganta da Serpente

Rubens Costa

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

LIVRO

Distraidamente,
Meu olhar, subtraído,
Tropeça na quilha, lombada.
Sou fisgado.

Entre tantos, de tantos mortos,
Vivo, me faz presente.

Embora guarnecido
De si próprio, pois fechado,
Ele me estanca, rareia o ar,
Fraqueja o meu pisar.

Imobilizado, frágil,
Espreito-o.
Angústia, euforia.
Sei, agora, ele me quer.

Braço, mão, corpo,
Alma vão ao seu encontro.
Frente a frente,
Absorvo-o, antes, no meu cheirar.

Levo-o ao peito.
Ambos, uníssonos, batem.

Vou-me. Ele, comigo.

Sei, ele também,
Que não vai ser fácil;
Vamos nos confrontar!

Sabemos, que findo,
Ele adormecerá, até um novo despertar.
Eu?
Nunca mais serei o mesmo...

(05/01/2006)

(Rubens Costa)


voltar última atualização: 08/04/2008
9911 visitas desde 08/04/2008
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente