A Garganta da Serpente

Rosane Coelho

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SOBRE O FIM DO AMOR

perdão, poeta,
mas amor não finda...

emudece,
adormece,
mas não desaparece...

       [um cheiro,
       um dezembro,
       até mesmo uma buzina...
       azul de inverno,
       pôr-do-sol,
       uma fria chuva fina...]

já não grita,
não transpira,
não dói
nem rói...

mas invade devaneios,
sonhos desprevenidos,
em detalhes quase esquecidos...

perdão, poeta,
mas amor não finda...

emudece,
adormece,
mas não desaparece:

p e r m a n e c e . . .


(Rosane Coelho)


voltar última atualização: 17/10/2007
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