Cidade
Presente em dias incertos,
Vejo nebulosidades calmas.
Segundos apunhalam o dia,
Ferindo as horas certas no tempo errado.
A cal desbota na chuva,
E a solidão chega fria às paredes coloridas.
A vida segue pela janela,
E a saudade começa e termina ao meio-dia.
As plantas na janela são mudas,
Calam de compaixão.
A terra circula e percorre a cidade,
Se encontra no vendaval.
A felicidade marca data na cidade,
Uma vez por ano no carnaval.
O resto dos dias são cinzas,
Poeira de chumbo e metal.
Da janela eu vejo a cidade,
Sua dor não me faz mal.
É a só a melancolia,
Chegando depois do temporal.
(.Røså.)
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