A Garganta da Serpente

Rogério Florentino Pereira

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Engolfado, mas ainda austero e sossegado
Continuo a amá-la.
E, adorando sua moribunda forma
Acendo velas policromas,
Enquanto a verbena em brumas sutis voa.
Quando, na guarida refugiar-me - fina chuva,
Sua fugaz imagem me virá aguda
E cairei de joelhos a teus pés...
Não suportando as dores latentes
Cravar-lhe-ei meus afiados dentes
Transformando-a naquilo que me sei...
Forrarei seu báratro com linho e
A mais pura seda,
Para que se escondas do sol medonho,
Faremos juras, seremos enfadonhos,
E em todas as igrejas penetraremos e lá
Lascivamente profanaremos tornando-nos,
Com a benção dos infernos
Marido e mulher.


(Rogério Florentino Pereira)


voltar última atualização: 21/04/2002
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