ANA
(Para Ana Maria Braga)
Com mãos tépidas aciono o controle remoto
Antes da terceira hora matutina
Para contemplar loura mulher
A desnudar sépias na cozinha.
Essa mulher está no ar há a vários anos
Feliz porque venceu. Suponho
Mas perdeu a privacidade, agora pertence a multidão
Privilegie-me aparecendo em meu sonho.
Para que eu possa aflorar seu ego e ruborizar-lhe a face
Soprando em seus ouvidos palavras audíveis
Palavras que não são torpes, nem vãs, mas palavras críveis.
Essa palíndromo mulher vive em distância pungente
Só é abreviada quando aparece na TV
Seu carisma mesmo sendo mensurável, ainda sim sou muito "Mais Você"
(Roberto Mauro Thomaz)
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