Eu meço as palavras,
Uma a uma,
Em milímetros,
Para não falar um metro por dia.
Doso cuidadosamente o amor,
Quando ele vem,
Em litros,
Para não entornar sobre os outros.
Cronometro o olhar,
Quando os olhos dela me encontram,
Em milisegundos rígidos,
Para não deixar de sorrir.
Calculo o volume dos sonhos,
Como esferas do desejo,
Em metros cúbicos etéreos,
Para que caibam em minha cabeça.
Racionalizando o improvável,
Aprisionando o abstrato,
Sonho mundos matemáticos,
Para subtrair a sua ausência.
(Roberto Matos)
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