A PANTERA
No Jardim das Plantas, Paris
De tanto as barras ver passar, o olhar
já de cansado, nada mais retém.
É como se ali houvesse mil barras,
e além das mil barras, mundo nenhum.
A marcha lassa dos passos elásticos,
fortes, que giram no menor dos círculos,
é dança de força à roda de um centro
onde a vontade jaz, narcotizada.
Vez por outra, a cortina da pupila
se abre em silêncio -. É quando uma imagem
entra e vara a calma tensa dos membros,
e cessa de ser no coração.
(tradução do original alemão por André Bessa)
(Rainer Maria Rilke)
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