A Garganta da Serpente

Rilke

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

A PANTERA
No Jardim das Plantas, Paris

De tanto as barras ver passar, o olhar
já de cansado, nada mais retém.
É como se ali houvesse mil barras,
e além das mil barras, mundo nenhum.

A marcha lassa dos passos elásticos,
fortes, que giram no menor dos círculos,
é dança de força à roda de um centro
onde a vontade jaz, narcotizada.

Vez por outra, a cortina da pupila
se abre em silêncio -. É quando uma imagem
entra e vara a calma tensa dos membros,
e cessa de ser no coração.

(tradução do original alemão por André Bessa)


(Rainer Maria Rilke)


voltar última atualização: 06/12/2005
7168 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente