A Garganta da Serpente

Ricky Bar

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Sangro

No teu prazer me envolvo, me entrego, me inspiro... transpiro
Teu corpo insano, transborda desejos de vida... me instiga
Mulher, serpente, que voa alto, anjo, louca, vampira... me pira
Não sou santo, sou demônio, você a amazona... me domina
Me atrai, me distrai, brinca com meus sentidos... ri nos meus ouvidos
Teu corpo, teu suor, tem o sabor dos melhores vinhos... sou corrompido
Arde em brasa esse corpo, esse ventre onde repouso intranqüilo... respiro
Tua boca voraz, teus sussurros roucos no meu ouvido... anunciam o perigo

Tuas mãos, teus movimentos, teus beijos, me envenenam...
Chamando meu tronco, me levando mais pra dentro, vibrando
E quando meu amor se derrama, escorre, em tuas entranhas
Sinto-me quente, frágil, entregue, em tremores ofegantes
Teus espasmos, tuas unhas em minha pele, crispando, rasgando
Teus gritos e gemidos, teu colo, tuas coxas me apertando
Me afundo mais em teu abismo, nosso gozo, perpetuando...
Dilacera minha carne e caio despedaçado por teus braços... sangro


(Ricky Bar)


voltar última atualização: 29/11/2007
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