A Garganta da Serpente

Reginis

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Dispenso o sentido expresso na palavra
O calor que brota da vida
Preenchendo tudo,
O olhar atento á queda costumeira,
Cotidianamente,
Displicentemente,
Os gestos transbordando falsos moralismos
Opiniões de gabinete
E histórias relidas trocentas vezes
Perco a paciência
Por isso dispenso,
Garotos sentados num trono
Machistas e covardes,
Com suas retóricas fajutas
Viro as costas
Encontro mil motivos para voltar
E os perco logo em seguida,
Como areia que escorre por entre os dedos
Fácil assim.
Sigo dispensando olhares curiosos,
Mendigos com faces marcadas pelas desilusões,
E nem a flor de cores quentes retém minha atenção
A garotinha brinca de boneca do outro lado da rua
E isto me faz lembrar minha infância
Dispenso-a também
A menininha tímida e boba
Cansou de ser tímida e boba
Dispensa os cuidados
Dispensa o medo repentino
Dispensa os sonhos de menina
Dispensa a saudade que enfeita as estações...
E mesmo nesse tumulto,
Nessa confusão do espírito,
Relembro os versos do poeta,
Que me acalenta ,
Que me faz esquecer o abismo,
"a vida,
a vida é só uma metáfora...! "


(Reginis)


voltar última atualização: 19/07/2005
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