A Garganta da Serpente

Raquel Figueiredo

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Sobre um tempo difícil

Num século oco opaco
Enxerguei o vazio quando olhei para os lados
E um mundo devastado
Eu beijei meus próprios lábios
Atravessei um vale de lágrimas
Até tropeçar num corpo retalhado
O meu mesmo corpo com zumbis encalhados
Estou distante das velhas estações
Escorrida nas terras que visitei
Com buracos do tempo
Escritos no chão
Que rosto refletiu o espelho
Quando nele me mirei?
Quem é que foi o crepúsculo?
E o que foi a tempestade no fenecer da noite
E o pingar da madrugada?
Colhi cada gota de orvalho
Quando as flores choraram
E me afoguei na manhã seca do teu Sol.


(Raquel Figueiredo)


voltar última atualização: 24/04/2008
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