O teu riso
O teu riso tão meigo,
o teu riso tão claro,
o teu riso tão doce,
tão dissimulado,
perdido,
desmascarado,
e jogado,
sem querer.
o teu riso tão triste,
que ninguém resiste,
o teu riso de dor,
a dor que consome ,
a dor que gera,
a dor da fome,
dor que procria,
dor sem alento,
sem ave-maria,
é o alimento,
tormento,
encantamento,
do teu viver.
O teu riso de pranto
espelho da alma,
o teu riso de brisa,
que te liberta,
que te exorciza,
que te enxerta,
no meu ser.
O teu riso profano,
preto-no-branco,
o teu riso mundano,
sem resposta minha,
porque tinha,
sim, porque tinha,
medo,
de me perder.
(Peter_Pan)
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