A Garganta da Serpente

Pam Orbacam

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Presente

Passado
Que foi
Passado
Que é
Passado
Que fica
Que solidifica

No arroto constante
Pressinto passado
Passado presente
Pressente o estrondo
Estrondo importuno
Delírio da mente
Que mente o presente

Gosto de passado
Na veia corrente
Pulsar de fraqueza
No peito aflito
Na mente eloqüente
Passado presente
Na vida que passa
Passagem pausada

Caminho rotundo
Pés já rachados
Das fendas do chão
Chão tão pisado
Já tão vomitado.
Algemas nos punhos
E um denso suspiro
Tão cheio de pó.
Pó de passado.

Passado presente
Passado não passa
Dê-me de presente
Minha liberdade.

Que passe o passado
Passado maldito
Maldito passado
Pra ti o meu ódio
Pra ti o meu escárnio
E minha vontade
De vê-lo viúvo
Do meu presente
De putrefazer-te
E sentir seu perfume


(Pam Orbacam)


voltar última atualização: 24/04/2008
11457 visitas desde 01/03/2008

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente