OUTONO
Outono resvalando
Com suas folhas livres
No vento fresco
Beija-me a face
Com um suspiro dourado
São tantas asas de anjos
Cercando esta torre de tristeza...
Tenho nas mãos
Sangue das seivas
E alguns tantos brotos
Ressequidos pela morte da esperança
Em torno , folhas mortas
Mergulhadas no tempo esgotado
Perdidas do ventre seguro
E sem lágrimas já
A dádiva do outono
A seqüência da vida
A torre de tristeza
Encravada no seio de Gaia
que não pára de girar
(Olga Martins)
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