pausa para o poema
vem no ar aquele cheiro de café feito agora
cafezinho que só a Lindaura sabe fazer
(parece até que adivinhou)
dois dedos pra vê se paro co'essa abrição de boca
olha só que coisa:
os passarinhos lá fora cantando a liberdade
festejando o fim de tarde nos galhos mais altos
e eu aqui, bebericando um líquido preto ineficaz
repetindo o refrão da sonolência
bocejo atrás de bocejo
engaiolado em minha rotina
mas meus versos são minhas asas e meu canto
e meu céu de todos os horizontes,
graças a Deus!
(Octavio Roggiero Neto)
|