A Garganta da Serpente
este autor está sendo procurado - saiba mais

Nuno Vieira

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

TARDE

Ainda hoje vagueia
O louco pela turba de luxúria,
Estendendo os dedos na barriga
Do anjo violado.

Na chama soturna,
Um caracol de osso rebenta
Como uma manhã fuzilada...

O anjo deitado no sonho
Da morte e do destino
Ignora o chamamento
De uns olhos castanhos
Muito abertos, sua cabeça
Imóvel eterna
apoia-se num espasmo
de excrementos.

Lentamente e muito baixo,
Um choro passa na sombra dos homens...
E o anjo louco procura em vão
Asas no cimo de dinamite.


(Nuno Vieira)


voltar última atualização: 20/01/2003
6074 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente