AGONIA
Voz morta que
Sobe em escorpião
Pela fresta do suor.
Estrela de carvão,
O quotidiano de maldade
Num corpo suado...
Banaliza-se um
Relâmpago de aço
No tugúrio das almas.
Ossadas peganhentas
De desespero e contra-luz
Flutuam, as miríades obscenas.
Solitárias e secretas,
Como viúvas negras
Comendo maridos.
(Nuno Vieira)
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