A Garganta da Serpente

Nubia Souza

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

CÁLICE

Cálice
Sujo de sangue.
Bebida profana
Compra
Me engana
Deita então na cama
Ardendo em chamas
Pede, reclama
Não se espanta
Voz de criança
Repetir a mesma dança
Me lança
Me cansa
Me desmancha
Devagar
Sem parar
Lavagem cerebral
Corpo escultural
Lembrança banal
Chega o natal
Luzes acesas
Velas na mesa
Eu te espero
Cheia de pureza
Riqueza
Tristeza
Presentes se abrindo
Você me cuspindo
Cuspe espiral
Nas minhas partes
Parte carnal
Estranhas são elas
Gazela cadela
Peço perdão
Sinto compaixão
Fecho a porta então
A porta do porão


(Nubia Souza)


voltar última atualização: 01/04/2002
7090 visitas desde 01/07/2005

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente