A Garganta da Serpente

Nino Santos

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SOMBRA DA ASA ABERTA DE UM PAVÃO

(Para o amigo e artista plástico Sérgio Odilon e seu belo jardim)

a noite se fez silenciosa
no meu jardim de quimeras
devaneios tantos e tortos
que daquele monte
não vejo nada além
das lágrimas de algum deus
preso nas minhas verdades

vejo lágrimas de cinzas
lágrimas de cinzas
a cobrir meu pranto
no recanto escondido
do meu sopro divino...

ignoro a solidão da noite
que me trouxe momentos
do futuro que deixei passar:

                      (um dia...)

um dia no infinito etéreo
quando cheguei em mim,
cheguei ao início de um lugar

                      (comum?...)

não vejo mais o que querem meus olhos
dilato a pupila a um novo renascer
enfim.

(Niterói-RJ, 24.07.98. - 00:35)


(Nino Santos)


voltar última atualização: 05/02/2008
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