A Garganta da Serpente

Nina Araújo

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DENGUINHO

Meu amor quando merenda
E vê um pé de sapucaia
Sonha que está me amando
Com a malícia de uma arraia
Colhe a fruta mais linda
Que é pra me degustar
Traz-me o hálito fresco
Doce como o mel de uruçú
Forte como o pau de jatobá
Quando me trunca no peito
Tonto de ter convulsão
É feito formiga no corpo
Sopro de asas de viração
Um punhado de destino
Não cabe na minha mão
Nem com cigana e domínio
Nem com profeta e visão
Nada nos separa o ninho
Nada nos põe ciúmes
Nem uma gata no cio
Nem o vôo de arribação.


(Nina Araújo)


voltar última atualização: 09/10/2008
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