A Garganta da Serpente

Nilton Maia

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PERFIL

Defino-me pelo poema,
Que há pouco foi escrito.
Brasileiro de nascença,
Da geração de pós-guerra,
Vi-me, um dia, de mãos dadas
Com o que chamamos de vida.
Tenho a fé,
Que não se quebra,
Em ver a espécie mudada,
Apesar de sabedor
De tanta morte cruel,
E de tanto sofrimento,
Que gente impõe pra gente,
Sem piedade ou razão.
Ou então por um capricho,
Ou por mera diversão.

Coração,
É de menino.
Garimpeiro da amizade,
Sempre fui a todo tempo.
Sonhador de pés no chão,
Saber das coisas do mundo,
E aprender com humildade,
Fazem parte desta rota
De meio século e um tanto.
O amor é minha âncora.
A corrente que a sustenta
É a vontade de insistir.
Já caí,
Mas me ergui,
Ainda que as cicatrizes
Doam, às vezes,
Quando chove:
Calos velhos incomodam,
Mesmo com os mesmos sapatos.

E assim,
Eu me declaro
Um homem simples, pacato.
Senso estrito,
Ou senso lato,
Um cidadão comum,
Mas que não admite,
De fato,
Curvar-se à mediocridade
Dos tempos que ora vivemos.


(Nilton Maia)


voltar última atualização: 08/02/2011
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