A Garganta da Serpente

Nilton Maia

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FINITO

Acho que você não sabe,
Mas carrego dentro de mim a fúria das procelas,
Que se apascenta ao roçar de outros lábios em minha boca.
Então, dispo-me de certezas e me visto de poesia.
Pele e sentidos, me consumo no arder por dentro.
Uivo pra lua que não vejo.
Sou alfa e ômega, me abandono, me esqueço, divido-me ao meio:
Perfeito encaixe para as partes alheias.

Acho que você não sabe,
Mas, cutucando-me com vara curta,
Fez-me achar que era para ser pote de ouro no fim do arco-íris.
Acendi desejo e esperança.
Sutil engano, mero boato.
Imaginei o sol, só veio a chuva pra apagar o sonho.
Imaginei o pote. Era de barro.
Estava vazio e partiu-se em pedaços de ilusão.


(Nilton Maia)


voltar última atualização: 08/02/2011
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