VIAGEM IMAGINÁRIA
Vastos campos
não os imagino.
Vejo - os por entre as vidraças
e corro por percorrer as ruas
E as estradas
para desaparecer num ponto de fuga
fácil e irreal.
Permaneço imóvel
e sinto a abertura dessas
plagas.
Até construir um muro igual
às dores estilhaçadas de vidro, cristal.
Tomando do dia suas virtudes.
De todos os ângulos
de todo, todo.
Até morrer no meio da paisagem inventada
sem epitáfio nenhum a constar no óbito.
Sem ter navegado por ruas, na orbe
dos olhos que se tornaram o fim de qualquer viagem
nestas
ilhas.
(Nestor Lampros)
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