OUTONO NOVO
Emergiu o outono,
Distraidamente do passado,
Num silêncio manifesto,
Num olhar desalmado.
Encontrou-me cansado,
Neste presente triste e vago,
Que só de pensar-te,
Tenho perto a morte.
À tua frente coloco um abajur,
Para não me ofuscares a vida,
Tanto, tanto, de não ver,
Que o mundo não és só tu.
(Nelson Fraga)
|